Editora: Companhia das Letras
Páginas: 283
ISBN: 978-85-359-1169-5

Sinopse:

Capitães da Areia - Esta obra narra a história da vida urbana de meninos pobres e infratores que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. O livro vai revelando os personagens, cada um deles com suas carências e suas ambições - do líder Pedro Bala ao religioso Pirulito, do ressentido e cruel Sem-Pernas ao aprendiz de cafetão Gato, do sensato Professor ao rústico sertanejo Volta Seca.

Sinopse retirada do Skoob.

O que se trata?

O livro nos conta a história desses Capitães da Areia. Não sabemos quantos garotos são, mas sabemos que são mais de cem integrantes desse "grupo". Mas o livro se concentra mesmo em alguns desses meninos; meninos que são órfãos, foram abandonados, ou algo do tipo. O garoto mais velho do grupo tinha dezesseis anos, e o mais novo tinha nove (se não me engano). Esses garotos realmente vivem como homens: fumam, falam palavrões, se deitam com mulheres... 

"Muitos deles eram tão crianças que temiam ainda dragões e monstros lendários."
página: 98
Apesar de tudo, sabemos que eles são crianças.
O livro começa com artigos de jornais. Temos a reportagem publicado no Jornal, nos contando sobre a história desses meninos; depois temos a carta do Secretário do chefe da polícia, dizendo que não estão agindo contra os menores, pelo fato do Juiz de menores não ter dado o direito; depois do Juiz de menores, nos contando que por enquanto não pode fazer nada; depois uma mãe, dizendo que é horrível o tratamento com os meninos num reformatório, que prefere ver o filho no meio dos Capitães da Areia, do que num reformatório, e diz que o padre José Pedro pode contar que realmente é verdade; a seguir, do padre José Pedro, que confirma; e por ultimo, do Diretor do Reformatório Baiano de Menores Delinquentes e Abandonados, nos dizendo que é um absurdo, e proíbe o padre de voltar ao reformatório. 
Até um certo tempo, temos somente meninos no grupo, até uns meninos resolver levar a Dora para morar com eles, pois Dora e o irmãozinho estão sozinhos, órfãos. No começo, os meninos acham que eles trouxe ela para ser abusada, ou algo assim. Mas, com o passar do tempo, eles percebem o quanto Dora é boa, e amigável. Na verdade, ela acaba tomando o papel de mãe, irmã. 


"A temática das crianças que vivem nas ruas continua bastante atual. Para escrever Capitães da Areia, Jorge Amado foi dormir no trapiche com meninos. Isso ajuda explicar a riqueza de detalhes, o olhar de dentro e a empatia que estão presentes na história."
Zélia Gattai Amado

O que achei do livro?

Sempre tive bastante preconceito com Jorge Amado, eu não gostava e nunca gostei, das novelas dele. Sério, eu achava muito chatas. E num belo dia, eu ganhei este livro, e fiquei pensando se lia, ou não. Daí, vi um garoto aqui na rua de casa lendo Capitães da Areia, e fui perguntar se ele estava gostando, e ele me respondeu que sim, que estava amando. Fiquei curiosa. Eu sabia que tinha um exemplar dele em casa, e falei: agora eu leio!, aproveitei para coloca-lo na #MLI2015, e finalmente, li!
E não sei explicar o quanto este livro se tornou importante para mim. Agora já sei qual livro nacional eu indicaria para qualquer pessoa. O assunto de garotos que moram nas ruas sempre foi bem atual, assim como Zélia diz. O livro é rápido de ser lido, e a leitura é bem fluída; e bem tocante. 
Conseguimos ver o quanto esses garotos sofrem, e tem todo direito de serem dessa forma. O reformatório é um lugar que me dói saber que ainda existe lugares assim; lugares ruins. Um assunto tão forte; que Jorge Amado consegue fazer a gente entender tudo. A linguagem que o autor usa, é fácil, apesar ser diferente para mim (sou paulista). Às vezes me pergunto se tem gente que não gosta desse livro...
Um livro que me fez parar e pensar; sobre esses garotos fictícios, ou não-fictícios. Gostei bastante dos personagens. Dora e o Professor, são os meus favoritos. O final desse livro, apesar de triste, é muito sensacional. Todos deveriam ler Capitães da Areia.

Um dos meus favoritos. Se não, O meu favorito.

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